CURSO
DE INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL AULA 1
O que faz um
assistente social?
Assistentes sociais
possuem uma formação crítica qualificada para analisar e intervir nos problemas
sociais mais profundos do Brasil. Assim, todo e qualquer projeto feito para a
sociedade passa pela mão desse profissional.
Identifica e age
diante problemas sociais
O Brasil é um país com
uma enorme desigualdade social. Por isso, assistentes sociais podem atuar em
situações de violação de direitos humanos como trabalho análogo à escravidão,
analfabetismo, pessoas em situação de refúgio, situação de rua, falta de renda,
migração e tantos outros.
Atua na preservação de
direitos
O assistente social
atua na defesa dos direitos, ajudando a implementá-los em benefício da
população. Isso envolve analisar, elaborar, coordenar e executar planos,
programas e projetos para viabilizar os direitos da população e seu acesso às
políticas sociais, como a saúde, a educação, a previdência social, a habitação,
a assistência social e a cultura.
Ajuda a propor
políticas públicas
Também elabora laudos,
pareceres e estudos sociais, além de realizarem avaliações, análise de
documentos e estudos técnicos e coleta de dados e pesquisas para, também,
auxiliar na formulação e execução de políticas públicas que possibilitem o
acesso aos direitos.
Busca igualdade social
O trabalho do assistente
social tem como objetivo reduzir as desigualdades. Por isso, analisam as
condições de vida da população e orientam as pessoas ou grupos sobre como ter
informações, acessar direitos e serviços para atender às suas necessidades.
Tudo isso buscando mais igualdade social.
Pode trabalhar com
diversos públicos
Assistentes sociais
podem trabalhar com diversos públicos: movimentos sociais em defesa dos
direitos da mulher, da classe trabalhadora, da pessoa idosa, de crianças e
adolescentes, da população LGBT, negros e negras e de indígenas. Pode também
atuar ao lado de profissionais de outras áreas, como psicologia, educação,
enfermagem, direito, dentre outras.
Essas características
fazem do assistente social uma profissão extremamente importante para nossa
sociedade, ainda mais para o nosso país, onde existe a desigualdade é muito
profunda.
Tendo isso em vista, o
formado em Serviço Social pode atuar em diversos espaços, pois está capacitado
para:
Elaborar, formular,
executar e avaliar políticas sociais, principalmente em órgãos públicos
federais, estaduais e municipais; Prestar orientação a indivíduos, grupos e
famílias; Realizar estudos sociais em relação a bens e serviços públicos;
Planejar, organizar e administrar benefícios sociais; Assessorar órgãos, empresas
e movimentos sociais; Atuar na docência e realizar pesquisas científicas;
Elaborar pareceres sociais, laudos, projetos e relatórios; Realiza a gestão e
direção em organismos públicos e privados.
CURSO
DE INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL AULA 2
O papel do assistente
social em nossa sociedade
O Brasil é o segundo
país do mundo em quantidade de assistentes sociais, ficando atrás apenas dos
Estados Unidos.
“A importância do
Assistente Social na sociedade moderna e pós moderna é devido aos polos
industriais, que vão traçando um novo perfil dos trabalhadores que saem do
campo, ou do trabalho não reconhecido (trabalho escravo e análogo), e enfrentam
divergências na sociedade, como a má distribuição de renda, o analfabetismo,
violência doméstica e entre outras expressões da questão social.”
Em outras palavras, o
que um assistente social faz é ficar cara a cara com os problemas sociais,
lidando diretamente com pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.
Confira os princípios
e valores que fazem essa profissão ser fundamental para o nosso país:
Garantia da liberdade,
concebida como autonomia, emancipação e pleno desenvolvimento dos indivíduos;
Defesa ampla dos direitos humanos contra todo tipo de exploração, opressão e
autoritarismo; Universalização de direitos sociais e das políticas públicas;
Consolidação da democracia, entendida como participação política; Defesa da
equidade e da justiça social, a universalização do acesso a bens e serviços e
sua gestão democrática; Compromisso com a qualidade na prestação dos serviços,
competência profissional e articulação com outras categorias de
trabalhadores/as; Fortalecimento das lutas sociais e apoio aos movimentos
organizados da classe trabalhadora.
Como afirma o Conselho
Federal de Serviço Social:
“o/a assistente social
brasileiro/a assume compromisso com os interesses e necessidades da classe
trabalhadora, com a superação das desigualdades sociais e construção de uma
sociabilidade que não mercantilize a vida.”
CURSO
DE INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL AULA 3
O que é o Conselho
Tutelar?
O ECA declara o
surgimento e a definição do Conselho Tutelar em seu artigo 131 que expressa:
“O Conselho Tutelar é
órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos
nesta Lei.”
Para simplificar, o
Conselho Tutelar é um órgão público que tem como atribuição garantir o respeito
aos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil, não tendo autoridade
para julgar juridicamente.
Nesse sentido, a sua
missão institucional é representar a sociedade na defesa dos direitos da
população infantil no país, como o direito à vida, à saúde, à educação, ao
lazer, à liberdade, à cultura, à convivência familiar e comunitária, entre
outros.
Para atingir esse
objetivo maior, o Conselho Tutelar atua de maneira independente e é formado por
no mínimo 5 membros, escolhidos pela comunidade local, para exercerem seus
mandatos por 3 anos. Isso porque o conselho atua na esfera municipal, sendo
obrigatório em todos os municípios do país, independentemente do número de
habitantes.
Isso significa que o
conselho aproxima a voz da comunidade com o poder público, fortalecendo
práticas democráticas de participação. Pois, o órgão serve como um instrumento
de fiscalização e prevenção de situações de risco para crianças e adolescentes.
Contudo, como citado
anteriormente, o Conselho Tutelar não tem autoridade jurídica, ou seja, não tem
capacidade para aplicar medidas punitivas contra violadores dos direitos das
crianças e adolescentes, como, por exemplo, multas e penas.
Mas então, qual
exatamente é a função do conselho? É o que entenderemos melhor a seguir.
O que faz o Conselho
Tutelar?
A função do conselho
também é determinada pelo ECA, por meio do seu artigo 136. Nele, expressa-se
atribuições como atendimentos a crianças e adolescentes, aconselhamento a seus
familiares, requisitar serviços públicos na área da saúde, educação, serviços
sociais, previdência, trabalho e segurança, entre outros.
Além disso, uma função
do Conselho Tutelar é encaminhar ao Ministério Público e à autoridade
judiciária os casos de sua competência, como infração penal ou administrativa
contra os direitos das crianças e dos adolescentes.
Sendo assim,
ressalta-se que o órgão deve ser acionado em qualquer situação de ameaça ou
violação de direitos das crianças e dos adolescentes. Por ser municipal, cada
cidade possui o seu Conselho Tutelar e o seu número para acioná-lo, mas em todo
o Brasil é possível contatá-lo por meio do Disque 100 do Ministério da Mulher,
da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).
Outro importante
aspecto das atribuições do conselho é em relação ao atendimento e
aconselhamento aos pais e responsáveis. Como a família é a primeira e mais
relevante instituição para prover as necessidades básicas das crianças, o órgão
deve agir em casos de omissão, negligência, maus-tratos ou insuficiência de
recursos para garantir o interesse das crianças e adolescentes.
Nesse sentido, o
Conselho Tutelar busca fortalecer e reordenar o ambiente familiar, eliminando
qualquer situação de risco e vulnerabilidade para crianças e adolescentes.
Sendo que o descumprimento injustificado das deliberações do conselho é
previsto como crime, conforme o artigo 236 do ECA.
Dessa forma, para
resumir as suas ações, podemos dizer que o órgão:
Preza pelo bem-estar
da infância e da adolescência; Faz o acompanhamento de crianças e adolescentes
em emergências hospitalares; Em casos de infrações, acompanha as ações
policiais; Combate a evasão escolar; Fiscaliza e acompanha instituições de
abrigo infantil.
CURSO
DE INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL AULA 4
O serviço social teve
suas origens dentro da Igreja Católica e visava preparar a grande massa
operária para a o capitalismo industrial, período este chamado de
“conservador”. Dessa forma, o objetivo era preparar essa população para sistema
sócio – econômico – político da época.
O nascimento do Serviço
Social no Brasil
No Brasil, o Serviço
Social nasceu por volta de 1930, como afirma Olema Pellizzer:
O serviço social nasce
no Brasil, na terceira década do século XX, em resposta à evolução do
capitalismo, sob a influência europeia (em especial sob o influxo belga,
francês e alemão), como fruto direto de vários setores particulares da
burguesia fortemente respaldados pela Igreja Católica.
O momento brasileiro
na terceira década do século XX
Nessa década, o Brasil
vivia um processo incipiente de industrialização de importações, num contexto
de capitalismo dependente e agroexportador. No período de 1930 a 1935, o
governo brasileiro sofre pressões da classe trabalhadora, que é então
controlada através da criação de organismos normatizadores e disciplinares das
relações de trabalho, em especial através do Ministério do Trabalho, Indústria
e Comércio.
Em meio a pressões
populares, reassume o governo Getúlio Vargas em 1935, cuja opção pelo
crescimento urbano – industrial fez emergir, na sua gênese capitalista, a
Questão Social, que também decorre das pressões e dos questionamentos da
sociedade da época, que passava por grandes transformações, no plano do
conhecimento científico, sob a influência de Durkheim, Darwin, Marx, Freud e
outros, na visão de Pellizzer, (2008, p. 15).
A primeira escola de
Serviço Social no Brasil é datada de 1936 em São Paulo é foi coordenada por
Albertina Ferreira Ramos e Maria Kiehl. Ambas eram sócias do Centro de Estudos
de Ação Social vinculado a Igreja Católica. Neste centro eram organizados
cursos de qualificação para organizações leigas no catolicismo, adequando
política e ideologicamente a classe operária.
Nesta perspectiva surge então o Serviço Social
como um departamento da Ação Social.
Resumindo, o Serviço
Social, nascido por influência direta da Igreja Católica, em âmbito de
formação, prática e discurso de seus agentes, tinha como suporte filosófico o
neotomismo. Em sua primeira fase, intervém no aparecimento da Questão Social,
produzida pela relação de trabalho em moldes capitalistas, com o surgimento do
trabalho livre profundamente marcado pela escravidão, seu passado recente.
Na visão de Pellizzer
(2008), o momento em que “a força do trabalho é tornada mercadoria”, e o
proprietário do capital não mais é um senhor em particular, mas há mais a
classe de capitalistas que capitalizam em torno da mais valia do trabalho operário,
que o troca pelo salário para sustento de si e de sua família.
A exploração a que é
submetido o operariado aparece para o restante da sociedade burguesa como uma
ameaça a seus mais sagrados valores (…). Impõe a partir daí, a “necessidade de
controle social” da exploração da força de trabalho e o surgimento de uma
regulação jurídica do mercado de trabalho através do Estado.
O marco das leis
sociais
Dessa forma, as leis
sociais marcam o deslocamento da questão social de ser apenas a contradição
entre abençoados e desabençoados pela fortuna, pobres e ricos, ou entre
dominantes e dominados, para constituir-se, essencialmente, na contradição
antagônica entre burguesia e proletariado, independentemente do pleno
amadurecimento das condições necessárias à sua superação.
Então, segundo
Iamamoto e Carvalho (1988, p. 129), se “as Leis Sociais são, em última
instância, resultantes da pressão do proletariado pelo reconhecimento de sua
cidadania social, o Serviço Social origina-se numa demanda diametralmente
oposta.”
No decorrer da
história muitos fatos marcantes e significativos ocorreram e foram responsáveis
por mudanças relevantes no Serviço Social. A partir dos anos 80 o Serviço
Social continuo enfrentando lutas para quebrar paradigmas de compreensão da
sociedade, discutindo questões políticas – teóricas.
Nos anos 90 essas
questões perderam força com o fim da Guerra Fria (dissolução da bipolarização
do mundo) e como o enfraquecimento das forças progressistas e as críticas ao
modelo neoliberal. Entretanto, em contrapartida, aumenta a luta pela defesa dos
direitos humanos. Começa a tomar dimensões gigantescas no mundo e no Brasil
especialmente questões sociais e que ferem os direitos da cidadania, moral e
ética.
CURSO
DE INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL AULA 5
O trabalho do serviço
social em unidade de internação
Para a reflexão aqui
proposta é preciso destacar uma vez mais que cada unidade de internação tem seu
próprio plano de ação e que, portanto, algumas das ações que serão aqui
descritas podem variar conforme a unidade.
O Serviço Social
encontra-se inserido nas unidades de internação da Fundação Casa, e atualmente
a denominação para a função do assistente social na Fundação é: analista
técnico/assistente social, sendo parte da equipe técnica de cada unidade
composta por assistentes sociais e psicólogos.
O exercício da função
de analista técnico/assistente social exige registro no Conselho Regional de
Serviço Social, e as atribuições do cargo incluem atribuições específicas
diferenciadas das do analista técnico/psicólogo.
As equipes de trabalho
das unidades, que atuam diretamente junto ao adolescente, são organizadas da
seguinte forma:
Equipe de saúde
Composta por médicos,
dentistas, nutricionistas e enfermeiros (auxiliares e técnicos de enfermagem
também). É importante esclarecer que os enfermeiros (auxiliares e técnicos)
permanecem 24 horas na unidade, enquanto os demais profissionais da área da
saúde estão lotados nas divisões regionais, atendendo nas unidades, porém, não
permanecem nas mesmas.
Equipe de proteção
Composta por agentes
de apoio socioeducativo (nova denominação para agentes de proteção) e
coordenadores de equipe. Quase sempre é a maior equipe que permanece nas
unidades 24 horas.
Equipe técnica
Composta por
assistentes sociais e psicólogos, é a responsável pelo acompanhamento da
situação processual do adolescente, bem como pela garantia do atendimento
integral. Permanece nas unidades apenas no horário comercial.
Equipe pedagógica
Composta por
pedagogos, professores de educação física e agentes educacionais, com
especializações diversas. É responsável pelas atividades realizadas pelos
adolescentes. Também fazem parte dessa equipe os monitores de cursos realizados
em parceria com instituições, como Projeto Guri e Centro Paula Souza. Permanece
nas unidades até as 22 horas, menos nos finais de semana. Estudam-se formas de
esses profissionais permanecerem nas unidades por mais tempo.
Cumpre destacar que
por razões que podem ser consideradas históricas, existe na Fundação Casa
dificuldade em distinguir as funções de assistentes sociais e psicólogos. Ainda
conforme as atribuições de cada cargo, pode-se identificar que algumas ações
são comuns aos dois cargos, como realizar o acolhimento dos adolescentes e
familiares, participar da elaboração do projeto político-pedagógico da unidade,
elaborar relatórios com informações destinadas ao Poder Judiciário. Contudo,
existem atribuições na Fundação Casa que são específicas do assistente social,
como: realizar estudo social, realizar visita familiar/comunitária, articular
junto à rede socioassistencial pública e privada para a integração dos recursos
existentes que complementem o trabalho desenvolvido.
Cabe ao assistente
social atuar de acordo com sua especificidade, garantindo o diálogo
interdisciplinar, sem perder de vista o que é particularidade do Serviço
Social.
Para a discussão a que
se propõe este texto, é importante apresentar o trabalho cotidiano do
assistente social em unidades de internação. Para tanto, deve-se utilizar como
referência o adolescente na unidade, ou seja, sua entrada na instituição, o
acompanhamento da medida a ele imposta e a desinternação. Destaca-se ainda que
essas informações fazem referência às unidades de internação por tempo
indeterminado.
A construção teórica
no Serviço Social precisa também privilegiar a intervenção, o trabalho
profissional, uma vez que:
É a intervenção que dá
forma, caracteriza e determina o modo do fazer profissional, desvelando a
especificidade do Serviço Social no campo das ciências sociais aplicadas. [...]
desenvolve-se por um conjunto de ações com o usuário, com a equipe, nas
diversas instâncias institucionais e locais, espaços em que se manifestam as
relações objetivas e subjetivas. Neste sentido é através da intervenção que se
operam os significados, os rumos, as mediações, a intencionalidade da ação
profissional, revelando, assim, os valores morais, éticos e políticos.
(Rodrigues, 1999, p. 15)
CURSO
DE INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL AULA 6
O que são Medidas
Socioeducativas?
De acordo com o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei Federal 8069/90), são medidas
aplicáveis ao adolescente que pratica um ato infracional (a conduta descrita
como crime ou contravenção penal). A medida somente é aplicada após o devido
processo legal.
Quais são as medidas
socioeducativas?
Essas medidas estão
estabelecidas no artigo 112 do ECA e são:
I - advertência;
II - obrigação de
reparar o dano;
III - prestação de
serviços à comunidade;
IV - liberdade
assistida;
V - inserção em regime
de semi-liberdade;
VI - internação em
estabelecimento educacional;
O que é internação?
É uma medida privativa
da liberdade que deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes,
em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. No período de
cumprimento da medida serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Quem executa essas medidas?
As medidas não
privativas de liberdade (liberdade assistida e prestação de serviços à
comunidade) são executadas no município, enquanto as medidas privativas
(semiliberdade e internação) são executadas pelo Estado. A normatização das
medidas socioeducativas é feita por meio da Lei 12.594/2012 - Lei que institui
o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.
Objetivos Gerais
Possibilitar ao
adolescente em conflito com a Lei o cumprimento da medida socioeducativa de
Internação através de um atendimento integral, estabelecendo uma relação
interpessoal e coletiva de direitos e deveres, que respeite as diferenças
individuais e privilegiem a construção de valores com vistas ao retorno
familiar e comunitário, oportunizando o seu desenvolvimento pessoal e social a
ser construído de forma autônoma, solidária e competente.
Objetivos Específicos
a) Oferecer ao adolescente um ambiente
organizado, estimulador para boas práticas e seguro, com normas de convivência
e programação socioeducativa pré-estabelecida e sistemática.
b) Conferir prioridade na fase do
acolhimento do adolescente encaminhado para cumprimento de medida de internação
e início do processo Socioeducativo que se desenvolvem com a participação dos
educadores, técnicos, adolescente e família.
c) Estimular a reflexão sob fatos cotidianos
e comportamentos que permitam ao adolescente a construção de uma convivência de
cooperação;
d) Assegurar ao adolescente a construção do
PIA – Plano Individual de Atendimento, que planeja atendimento específico
àquele adolescente em todas as áreas, com a participação da família visando à
construção de um projeto de vida.
e) Assegurar a emissão de documentos
pessoais do adolescente;
f) Garantir um espaço de formação
continuada para a equipe de trabalhadores das unidades, agentes executores e
colaboradores da medida socioeducativa de internação.
g) Garantir a participação do adolescente no
desenvolvimento das atividades e no planejamento e avaliação das ações;
h) Articulação entre as unidades de
atendimento e coordenações das medidas socioeducativas em meio aberto, bem como
a integração destas com as políticas sociais executadas nos municípios, visando
o acompanhamento ao adolescente e a promoção das famílias.
CURSO
DE INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL AULA 7
Como toda profissão,
os assistentes sociais enfrentam alguns desafios no dia a dia. Antes de entrar
de vez para o mercado de trabalho, vale a pena conhecer quais são eles.
1. Falta de
esclarecimento sobre a função
As dificuldades
começam com o seguinte problema: as pessoas não entendem qual é a verdadeira
função da assistência social. É comum que o papel dos profissionais da área
esteja associado à ajuda aos necessitados e aos mais vulneráveis.
Embora esta também
seja parte das atribuições, ela não é a única. Afinal de contas, o assistente
social visa, sobretudo, proteger os direitos sociais, civis, políticos e
econômicos da população.
E isso não depende de
classe social, mas vale para absolutamente todos os cidadãos.
Com esse objetivo,
esses profissionais fazem as intervenções necessárias. É por meio da garantia
de qualidade de vida e dignidade para todos que eles vão em busca de uma
sociedade mais justa.
2. Não dar conta de
tanto trabalho
O Brasil é um dos
países mais desiguais do mundo e não é preciso ser especialista no assunto para
saber disso. Até porque a desigualdade está escancarada, ou seja, somos
obrigados a lidar com ela todos os dias.
Isso significa que,
ainda que o Brasil seja um país cheio de riquezas, estas estão concentradas nas
mãos de poucos.
Como consequência,
milhões enfrentam dificuldades diárias, vivem em péssimas condições de moradia,
passam fome e lidam com os mais diversos problemas. Portanto, estão longe de
ter seus direitos assegurados.
Dessa maneira, é um
grande desafio para a assistência social conseguir proteger os direitos humanos
de toda população que precisa desse suporte. O volume de trabalho é enorme, o
que faz os profissionais terem que se desdobrar.
3. Lidar com público
em vulnerabilidade
Embora esta seja uma
das maiores funções da assistência social, é ao mesmo tempo um dos grandes
desafios. Por mais preparados que os profissionais estejam, não é fácil ter que
encarar alguns dos aspectos mais dolorosos da nossa sociedade.
É por isso mesmo que
não é qualquer um que tem a capacidade de trabalhar na área. Lidar com pessoas
em situações de vulnerabilidade exige competências especiais para propor boas
soluções.
4. Problemas na
liberação de recursos
É claro que o sucesso
do trabalho feito pela assistência social não depende apenas dos esforços dos
profissionais. Como qualquer atividade, depende de dinheiro.
Os recursos para os
programas, ações e projetos da área vêm de repasses dos governos federais,
estaduais ou municipais. Esses recursos são fundamentais para a estruturação do
programa e realização dos atendimentos.
O problema é que nem
sempre é fácil ter acesso a eles. A liberação da verba enfrenta obstáculos
criados pela desorganização da gestão e até por conta de questões políticas.
Quando não há dinheiro
suficiente, o trabalho dos assistentes sociais fica comprometido, pois impede
que materiais importantes sejam comprados, treinamentos sejam feitos, entre
outros.
5. Dificuldade de
acessar quem precisa
De nada adianta
diversos serviços assistenciais existirem, se as pessoas que deveriam usá-los
não estiverem indo ao encontro a eles. Infelizmente isso acontece bastante.
Muitas famílias que
precisam de suporte não sabem que têm direito à assistência social. Geralmente,
é porque a população não é bem informada sobre os seus próprios direitos, o que
precisam fazer para usar os benefícios etc.
Além disso, os
próprios assistentes sociais não conseguem chegar a quem precisa. Até mesmo por
conta de problemas com o sistema de cadastro, por exemplo, eles não conseguem
localizar as famílias.
Princesa Isabel-PB. Em 09/10/2022
Por: Casusa
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